O CHAMADO “PROCESSO DE PAZ”
David Tabacof - direto de Israel, 11/03
Também neste Carnaval, não só vocês e eu, Bibi Nataniahu esteve fora de
casa. Quer dizer em outra casa, a Branca. Foi a fim de prestar contas ao boss
quanto às conversações com os palestinos, agora movidas por este motor de 120
horse-power, o Secretário de Estado, John Kerry. Contam aqui que Kerry se
ofereceu para resolver o problema israelense-palestino.
Falou em inglês,
obviamente, que traduzo para o baianês "Ficarei
no cangote dos dois de forma que no fim, assinarão. Deixe comigo, Mr
President." Kerry é conhecido por sua hiper atividade no Senado e vota
sempre pró-Israel. Obama, ainda à procura de uma pax americana afim de
justificar seu Nobel, nomeou-o Secretário de Estado.
Obama, como todos os que
tentaram antes, sabia que não seria fácil convencer estas duas mulas sem cabeça
em que se transformaram palestinos e israelenses. E Kerry veio. Combinou
um prazo de 9 meses para um acordo. Achei graça. 9 meses é o tempo de gravidez para a formaçao de um nova pessoa.
Para convencer estes dois, acho que precisaremos
o tempo para mil gerações. Kerry usa o velho método. Faz de conta que há
progresso na negociações e continua martelando. Está aqui quase todas as semana
onde passa 48 horas.
Digo que vai dar em nada pelo seguinte:
A) Israel não aceitará a volta dos refugiados sob pena de morrer afogado
em meio ao mar de palestinos zangados. E Abbas continua impondo esta condição.
B) Israel jamais entregará grandes nacos dos territórios ocupados. A
futuro Estado palestino promete ser democrático. Se for, o Hamas poderá vencer
eleições, deixando o terrorismo muçulmano ao lado de Tel Aviv. Ocupando, Israel
controla diretamente tudo que se passa do outro lado. Mas, se não devolver uma
quantidade de território suficiente para que seja criado um Estado palestino,
nada feito.
C) Fronteiras - Os palestinos querem, se não a volta, pelo menos,
fronteiras baseadas nas linhas pré 1967. Israel não aceita já que deverá
retirar centenas de milhares de colonos e dar-lhe moradia em outro lugar. E não
há dinheiro para tanto. Sem falar na quase guerra civil que a retirada de
assentamentos poderá acarretar.
d) Jerusalém - Na narrativa palestina, Jerusalém é muçulmana já que ali
estão duas das mais importantes mesquitas do Islã. Quanto a Israel, é o
contrário: ali estavam os dois Grandes Templos.
E mais problemas que o espaço não permite enumerar.
Portanto...
ORTODOXO
CONDENADO POR INSULTAR SOLDADA
Mulheres
têm que sentar atrás. Homens preferem ficar de pé a se misturar.
Ônibus têm
servido de campo de batalha entre ortodoxos e laicos, em Jerusalém. Os
primeiros exigem que mulheres sentem nos bancos traseiros. Para ortodoxos homens e mulheres, salvo marido e mulher, não devem se misturar.
Espelha, porém, a posição secundária do sexo feminino na
religião judaica em sua forma, mais ou menos,
ortodoxa. Algumas mulheres, porém, se recusam obedecer.
É assim: Mulher
entra no coletivo pela porta dianteira, como é normal já que é o cobrador é o
próprio motorista. As ortodoxas aceitam sua posição de inferioridade e vão,
automaticamente, sentar-se na metade trazeira do ônibus. De vez em quando
entretanto, mulheres se revoltam com a discriminação.
A grande maioria dos
incidentes ocorrem em linhas que atravessam bairros ortodoxos. Há muita discussão
e protestos quando uma mulher não religiosa entra e se recusa a obedecer.
Quando resiste e no ônibus estão alguns religiosos mais fanáticos, a gritaria
pode chegar à violência. A polícia já foi chamada a intervir.
Recentemente, uma
juíza condenou um ortodoxo por afender uma soldada passageira que se
recusou a ir para os fundos. Houve bate-boca. No caso da soldada, o mais
revoltado chamou a jovem de puta, shikse (não judia) e outros termos menos
graciosos.
A polícia prendeu o fanático por algumas horas e abriu inquérito.
Foi acusado e condenado por um tribunal criminal de Jerusalém. Foi a primeira
condenação nestes tipo de contravenção. A juíza afirmou na sentença que
comportamento como este não pode ser tolerada numa democracia.
OUÇAM ESTA
Um dos cléricos importantes do Irã xiita, o ayatolá
Mohadavi Devi, declarou que Einstein era muçulmano e ainda por cima xiita. O
célebre gênio judeu, teria dito, segundo Devi, que a veolocidade com que
Mohamed subiu ao céus, provava que a velocidade da luz poderia ser superada.
Ante este “fato” disse que Einstein mudou de idéia assumindo a religião
islâmica. Mais uma prova, parafraseando Stanilaw Ponte Preta, da onda de
ignorância que assola o mundo islâmico.
UM
JORNAL NA PRISÃO
Foi lançado o primeiro jornal prisional em Israel. Seu nome, como não
poderia deixar de ser é "A Voz do Prisoneiro". Está sendo escrito e
distribuido, inicialmente, na Prisão Massiahu, de "baixa segurança".
Quer dizer "hospeda", basicamente, condenados de baixa periculosidade
para os outros prisioneiros e guardas. São os que cometeram os chamados crimes
do "colarinho branco". Estiveram em Massiahu cumprindo pena diversos
ministros, deputados e hoje seu mais famoso morador é o ex-presidente, Moshe
Katzav, cumprindo pena por crimes de natureza sexual.
O jornal foi fundado por
dois "moradores" Ezra... e Vitaly... (é proibido citar nome completo
de prisioneiros cumprindo pena). O reporter que esteve na prisão relatando, viu
o jornal e escreve que é bem escrito e muito informativo para os demais
prisioneiros. Quem sabe Zé Dirceu aproveita a idéia...
CONTINUAÇÃO - ULTRA ORTODOXOS-ESTES DESCONHECIDOS
Opinião pessoal:
Às vezes, ouço,
por cerca de 15/20 minutos, (entre 10 e meia noite), um programa de rádio
transmitido numa estação governamental dedicada aos ortodoxos.
Quem sabe
mudo de idéia, penso. Quando, na realidade, o que ouço fortifica
extraordinariamente, a minha descrença. Procuro entrar na hora das perguntas de
ouvintes e respostas de rabinos. Ouço tantas perguntas idiotas/infantis
que o programa terminou reforçando muito minhas idéias racional-ateístas. As
questões são tão bobas que custo acreditar partam de judeus que considero um
povo inteligente.
Exemplos reais que me lembro. “Posso rasgar papel, aos
sábados?”; que distância posso andar no sábado?” Caiu um pedaço de carne a 1
metro e pouco da pia da cozinha exclusiva para leite, basta lavar bem a pia, ou
trocá-la?” E mais indagações que, para um non believer como eu, lembram
programas homorísticos.
Por estas e
outras, quando ouço estas perguntas me pergunto: o que estará errado
comigo? Alguém, certa vez, ao ler que sou ateu, perguntou como posso ser judeu
e ateu?
Minha resposta é simples para um assunto complicado: Meu judaísmo é
cultural, não religioso, com provam os mihões de judeus não-praticantes que se
consideram judeus e gostam de tudo que é judeu.
Acredito que uma
das razões para meu ateísmo está no fato de ter lido Karl Marx muito cedo.
Procurava ver no filósofo do socialismo, soluções às injustiças sociais e à pobreza
tão óbvias nas ruas de minha infância e juventude na Bahia.
O que ficou desta
leitura, porém, não foram suas idéias políticas que, aliás, fracassaram na
prática, mas suas palavras a respeito de religião que ele considerava um meio
de incrementar o controle e a exploração das pessoas inocentes.
Seus ensinamentos
me servem, hoje, de consolo frente ao fanatismo islâmico e judeu que me cercam.
Marx escreveu: “A abolição da religião, que não passa da tentativa de obter a
felicidade através de ilusões, é uma exigência ...
A religião é o ópio do
povo. À medida que o tempo andou, mais crescia minha convicção que a religião
não passa de auto-ilusão. Mera superstição.
E como muitas superstições serve de
apoio ao ser humano ante a natureza ainda não entendida em toda a sua
complexidade.
Através de Marx, que não era extamente um judeu praticante e cujo
materialismo desprezava qualquer religião, me rendi à sua argumentação, e de
outros ateístas, que encaram a religião como uma espécie de de muleta mental,
baseada no medo de desgraças e que leva pessoas inteligentes a se transformar
em adeptos de algo que jamais foi comprovado de forma racional e/ou científica.
Tomem como exemplo
as espressões “se Deus quiser” ou “graças a Deus”. “Se Deus quizer” é uma
espécie de apólice de seguro contra um mau reultado.
Enquanto, “Graças a Deus”,
é uma demontração de humildade e uma tentativa de atribuir a um ser superior
determinado resultado positivo. Salvando-se assim da acusação de mal
agradecido.
Desta forma terminam julgando Deus um ser com os defeitos e
qualidades do ser humano. No Tanach (Nehenia 5 -1) Deus é um pai terrível,
vingativo.
Nehemia, que foi o reconstrutor o Templo em Jerusalém: “Oh Deus do
céu, o grande e terrível Deus que mantém seu acordo com aqueles que o
amam e obedecem ao seu comando” "O LORD, God of heaven, the great and
awesome God who keeps his covenant of unfailing love with those who love him
and obey his commands.
E antes de
encerrar hoje devo dizer que respeito os que crêm. É um direito inalienável.
To be continued...
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